O tráfego de arquivos precisa ser modernizado pra lidar com IA

Resumo gerado por IA
À medida que a inteligência artificial avança a passos largos, a linha entre o real e o artificial se torna cada vez mais tênue. Este artigo explora a necessidade urgente de regulamentar o uso da IA para garantir que essas criações tecnológicas sejam utilizadas de forma ética e responsável, protegendo a sociedade da manipulação e desinformação.

Por enquanto, as imagens e vídeos gerados com inteligência artificial são criações grotescamente divertidas, e somente isso. Até conseguimos distinguir usando somente nossos sentidos – olhos e ouvidos, quando se trata de algo criado usando IA.

O perigo mora na velocidade em que essa tecnologia se aperfeiçoa – as coisas estão mudando num ritmo desproporcional ao que está preparando as pessoas para lidar com a situação. Ao meu ver, tudo relacionado à internet e tecnologia tem essa discrepância; tudo evolui rápido demais pra ser aprendido, entendido e regulado. Com sorte, conseguimos soluções criativas – como o streaming de músicas em resposta à pirataria. E ainda assim, não se pode agradar a todos; já em 2014, vários artistas se revoltaram contra o Spotify, quando fizeram campanha para o Tidal.

Eu não sou um crítico purista da inteligência artificial, como alguns artistas (principalmente ilustradores) que querem aniquilar de vez o uso da IA para criação de imagens (uma vez que a máquina é treinada usando referências de outros artistas sem autorização). Aqui eu de fato banco o advogado do diabo, mas deixa o assunto pra outro post. Só quis exemplificar que, mesmo propondo uma regulamentação inteligente da IA, não sou nenhum tipo de purista que quer acabar com a IA.

O bom uso da IA a gente já conhece – acelera processos, burocracias e coisas chatas no dia a dia, de diversas maneiras. Nos diverte com a voz do Silvio Santos lendo coisas que ele nunca diria, enfim, aquelas coisas que a gente conhece. O problema é que esses recursos estão ficando cada vez mais acessíveis, evoluindo cada vez mais rápido e já estão sendo usados com más intenções. Muitas pessoas não possuem discernimento pra saber se uma imagem ou vídeo é verdadeira ou não. Então é mais uma nova ferramenta pra manipular pessoas vulneráveis.

Eu espero estar sendo óbvio! Seria ótimo saber que todos já estejam começando a pensar num novo modo de transferir, exibir e alterar arquivos. Se os executivos das grandes empresas ainda não têm essa preocupação, bem, aí temos um grande problema. Nós só vamos conseguir controlar a Inteligência Artificial com maestria quando os desenvolvedores reimaginarem um modo de exibir estes arquivos com uma discriminação clara de que se trata de criação artificial.

Isso muda todo o conceito que temos de imagem – o JPG, o JPEG, enfim. Precisaríamos de algum arquivo especial, com metadados que ativem algum gatilho no Sistema Operacional, pra ativar o “modo cautela”. Eu pensei numa colaboração mútua entre o expedidor e o exibidor do arquivo. Um faz o arquivo pronto pra ser lido, e outro recebe o arquivo pronto pra interpretar todos os metadados ali contidos – e advertir o usuário sobre a origem do conteúdo. Com certeza não é uma adaptação complicada de ser concebida.

Mudar o modo como imagens são geradas, salvas e visualizadas não precisa ser algo que force o usuário final a aprender algo novo ou complicado. Construir uma interface já pronta pra esse tipo de conteúdo não parece difícil.

Pelo que tenho observado nas redes sociais, o debate sobre o uso responsável da Inteligência Artificial sequer existe. Tudo que eu vejo no entorno da bolha de preocupação com a IA são somente pessoas puristas querendo extirpar de vez o uso da IA pra criação de imagens, por exemplo. Mas seria interessante encontrar algum lugar onde esse assunto esteja sendo debatido sem negacionismo tecnológico.